Franz Ferdinand: ‘Queremos tentar maneiras novas de fazer música’
Bob Hardy, baixista do grupo, fala sobre as gravações do disco ‘Always Ascending’; banda vem ao Brasil em outubro
12.09.2018 | por Gabriela Ferreira
Em 2013, o Franz Ferdinand entrou em crise. O grupo era, então, formado por Alex Kapranos, Robert Hardy, Nick McCarthy e Paul Thomson. Um dos motivos, explicou o vocalista em uma entrevista ao The Guardian, é que o selo americano que estava com a banda escocesa na época, estava “empurrando o grupo de uma forma não natural”. Disse que “apesar de terem vendido muitos discos, a rapidez com que tudo aconteceu foi prejudicial”. Mas tudo mudou. “Estamos confortáveis agora”, diz o baixista Bob Hardy ao Destak, sobre como está a situação depois daquele estresse todo. Em outubro, a banda volta ao Brasil para shows em Curitiba, São Paulo e Natal.
“Conversamos muito e recebemos alguns conselhos sobre o que queríamos fazer”, continua Hardy, sobre a situação atual.
Formado em 2002, o Franz Ferdinand foi um dos maiores expoentes da música indie dos anos seguintes. Algumas das músicas de seu primeiro disco, homônimo, como “Take Me Out” e “This Fire”, são tocadas até hoje. Tamanho sucesso da banda fez com que eles tocassem no Brasil diversas vezes e em diferentes fases da carreira. O grupo chegou até a participar do Cultura Inglesa Festival, em 2012, em um show gratuito que reuniu cerca de 20 mil pessoas, em São Paulo. Pela sétima vez no país, o Franz vem divulgar os temas de “Always Ascending”, seu mais recente trabalho, lançado em 2018.
“Alguns dos nossos melhores shows foram no Brasil”, fala o baixista, sobre o porquê de o país ser sempre um ponto de parada da banda quando está em turnê. “A plateia é simplesmente incrível, então é sempre bom tocar para nossos fãs brasileiros.”
Ele explica que a cultura brasileira também é algo tentador. “As comidas e os drinks são sempre bons, sem falar que os costumes são diferentes do que temos aqui no Reino Unido, o que é uma experiência positiva.”
Esse novo trabalho do grupo, “Always Ascending”, é o primeiro disco gravado após a saída do guitarrista Nick McCarthy, que deixou o grupo em junho de 2016, para se dedicar à família.
“No começo, foi estranho, mas logo começamos a fazer funcionar”, comenta Bob, sobre como era trabalhar sem Nick, e agora com Dino Bardot e Julian Corrie, que entraram na banda em 2017.
“Foi um processo muito natural. Claro que tivemos alguns desafios, mas o mais interessante de tudo é que não sabíamos exatamente o que ia acontecer, já que estávamos apenas escrevendo algumas letras”, lembra.
O processo de gravação do disco aconteceu na casa onde mora o vocalista do grupo, Alex Kapranos, na Escócia. “Nós íamos compondo, gravando e nos divertindo. Todo mundo se envolveu no processo e acabou sendo um período muito bom”.
Uma outra diferença do “Always Ascending” para os outros quatro trabalhos do Franz Ferdinand é que essa foi a primeira vez em que Alex usou o Ableton para gravar.
“Alex quis tentar se envolver com maneiras mais tecnológicas de se fazer música”, explica, sobre a decisão de usar o software. “O Ableton é ótimo para música eletrônica/dance, e isso nos incentivou a ter uma nova estratégia, nos impulsionou para novas direções”.
“Nós sempre fomos e sempre quisemos ser uma banda de dance/eletronic que toca tudo ao vivo, mas a experiência de usar um software foi muito interessante. Queremos tentar maneiras novas de fazer música”, completa.
Questionado sobre o que mais gostaria de tentar no futuro, Bob diz que tem gostado de um som com mais sintetizador. “Julian, nosso tecladista, toca o sintetizador nos shows e o resultado está sendo ótimo. Ele consegue manipular os sons de uma maneira que não fazíamos antes, e tem saído coisas incríveis”.
A
CURITIBA
Informações
Ópera de Arame, 11 de outubro
Ingressos: goo.gl/XHnf8Y
R$ 200 a R$ 420SÃO PAULO
Tom Brasil, 12 de outubro
Ingressos: goo.gl/J6gyp1
R$ 190 a R$ 400FESTIVAL MADA
Arena Dunas, Natal
13 de outubro
Ingressos:
R$ 60 a R$ 300
FONTE: Destak Jornal