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Franz Ferdinand lança seu 4º disco

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Banda escocesa se esmera para reviver o frescor e a energia dos primeiros dias da carreira no novo álbum

19/08/13 por Silvio Essinger

Franz O Globo

RIO – Explicar “Right thoughts, right words, right action”, quarto álbum de estúdio do grupo escocês Franz Ferdinand, que chega às lojas na segunda-feira da semana que vem, é tarefa que o vocalista e guitarrista Alex Kapranos tira de letra. Foram quatro anos desde o disco anterior, “Tonight”. Parte desse tempo, a banda passou desenvolvendo outros projetos (Kapranos produziu álbuns dos grupos Cribs e Citizen!) e, quando os músicos se reencontraram no estúdio, foi algo similar a reencontrar a namorada depois de algumas semanas de viagem.

— Aí, vocês simplesmente passam a apreciar a companhia um do outro — compara Kapranos, em animada conversa telefônica. — A única razão porque gravamos esse disco foi a vontade de estarmos juntos para fazer boa música. Não queríamos que o disco fosse uma obrigação, gravá-lo só porque o público e a gravadora estavam aguardando por ele, ou porque estávamos acostumados a um certo estilo de vida. Preferiria ter menos dinheiro do que ter que fazer esse disco só por fazer.

Composto por faixas de estrutura simples, afiadas, energéticas e dançantes, o novo disco do Franz Ferdinand deixou uma forte impressão de espontaneidade nos seus primeiros ouvintes.

— Esse é provavelmente o meu disco favorito do Franz Ferdinand — crava Kapranos. — Foi muito bom trabalhar nele. Todo tempo que eu e Nick (McCarthy, guitarrista) passamos desenvolvendo essas canções, resolvendo o que fazer com elas, com letra e música, foi ótimo. Mas levou bastante tempo, passamos dois anos em cima desse disco. As gravações em si, porém, foram bem rápidas, em períodos de uma semana no máximo. Fazendo dessa forma, as canções ficam frescas. Esse disco é quase uma coletânea, é como se fossem pequenos EPs que tivéssemos gravado ao longo desses últimos dois anos.

Como um bailarino

Alex Kapranos defende a ideia de que é preciso um grande esforço para conceber algo que parece ter sido feito sem esforço, como “Right thoughts, right words, right action”, disco cuja produção foi assinada pela própria banda.

— É como ver um bailarino no palco. É natural, ele se move de maneira fácil. Mas você só chega ali depois de milhares de horas de ensaio, todo dia. Me sinto assim com tudo que faço — conta. — No estúdio, para que tudo saia rápido, em um ou dois takes, você tem que saber bem o que está fazendo. Na boa música clássica, você tem essas frases musicais tão poderosas e simples. Mas essa impressão é enganosa, há muito trabalho mental por trás disso.

Muito da unidade sonora do disco, Kapranos deve ao fato de ele, McCarthy, Bob Hardy (baixo) e Paul Thomson (bateria) terem passado algum tempo afiando as músicas antes de gravá-las.

— Esse é o primeiro disco que lançamos já tendo tocado todas as canções ao vivo antes. Agora, sabemos de antemão quais irão se sair bem no palco — diz. — Esse disco é muito parecido com o nosso primeiro (“Franz Ferdinand”, de 2004, dos sucessos “Take me out” e “The dark of the matinée”) no sentido de que todas as faixas são para cima, são pedradas. O que é legal, porque os níveis de energia dos nossos shows têm sido bem altos. Mal posso esperar para ver o público cantando todas as letras, tenho me divertido muito tocando essas músicas do novo disco.

Ao contrário do que ocorreu em “Tonight”, o Franz Ferdinand conseguiu trabalhar no novo CD em total segredo, sem vazamentos de informação.

— O que aconteceu com o nosso último álbum é que os jornalistas nos perguntavam muitas coisas sobre as músicas, tentando obter alguma revelação exclusiva. Como tocamos com músicos africanos, veio aquela história de que estaríamos fazendo um disco de afrobeat… Dessa vez, conseguimos privacidade para nos sentir livres no estúdio.

Assim, saíram músicas curiosas, como “Fresh strawberries”, que, confirma Alex Kapranos, é sobre mortalidade.

— Eu era obcecado por esse assunto quando era adolescente. À medida em que vamos nos ocupando com nossos empregos, nossas carreiras, relacionamentos e famílias, esses pensamentos desaparecem. Mas se você der oportunidade à contemplação, aí começa a pensar novamente na mortalidade. Foi o que aconteceu comigo. Não tem a ver com a idade (ele está com 41 anos), mas sim com o fato de que se hoje os morangos estão frescos, um dia estarão podres, assim como as pessoas. Vamos aproveitar enquanto podemos!

“Goodbye lovers & friends”, que fecha o disco, também lida com a morte — mas num clima de quase positividade.

— Detesto falso sentimentalismo, e acho que é disso que a canção fala. “Não falsifique suas memórias, não me dê virtudes que eu nunca tive, lembre-se de mim do jeito que eu fui”. Digo o que gostaria de dizer caso morresse.

Mas a vida segue chamando. Presença frequente no Brasil desde 2006, o Franz Ferdinand quer voltar assim que puder.

— Espero que a gente consiga ir a mais cidades no Brasil, é sempre divertido. Vamos tentar ver isso com nosso agente agora mesmo (risos)! Nossos fãs aí são incrivelmente fiéis. Fizemos um pequeno show outro dia em Londres e havia um monte de brasileiros lá. É incrível! Nem sei muito bem por que, mas nós nos damos muito bem.

 

FONTE: O Globo

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