Tivemos sorte de pegar a última onda de compradores de discos
por Laura Sangrà Herrero, Barcelona
Estouraram em 2004 com seu primeiro e homônimo cd. Seus incríveis penteados sacudirão em um concerto quase secreto esta noite em Barcelona, diante dos 1.200 ganhadores de um concurso organizado pela San Miguel.
O formato do show se repetirá no dia 6 em San Sebastian e dia 8 em Málaga. Antes do concerto, falamos com o guitarrista Nick McCarthy e o baterista Paul Thomson.
Acostumados a tocar diante de dezenas de milhares de pessoas, o que os faz aceitar tocar para um público tão pequeno?
Nick McCarthy: 1200 pessoas, não é tão pouca gente!
Talvez seja como voltar ao início, quando ainda não eram tão conhecidos…
NM: O nosso primeiro show foi assistido por 40 pessoas, o quarto era como um canto abandonado. Nós gostávamos daquilo, mas a coisa foi crescendo.
O que vocês acham do público espanhol?
NM: O público na Espanha é fantástico, e mostram que gostam da música dançando muito. Em outros países, podem apreciá-la, mas não demonstram, e para mim isso me dá nos nervos!
Em turnê pela América do Sul compraram várias coisas, entre elas uma cópia pirata do cd de vocês. Já foram fazer compras pela Espanha?
Paul Thomson: Ontem eu fui a Tiana (Barcelona), para visitar alguns amigos que têm uma banda e eu comprei tudo isso [pega uma sacola enorme]: um tamborim, um pandeiro e uma maraca. É feito por um homem de Tiana de forma artesanal, e são muito bons.
Todos os prêmios que vocês ganharam motivam vocês a continuar ou fazerm vocês se sentirem mais responsável perante os fãs?
PT: Eu não me importo com os prêmios, mesmo que te convidem para o champanhe. Tudo bem que fazem e te dão uma festa, mas isso não significa nada. A música não é uma competição.
Se sentem mais orgulhosos do que fazem agora ou do que fizeram no primeiro cd?
NM: Os tempos mudaram, mas as pessoas ainda estão comprando os nossos discos. Quando o segundo cd foi lançado tivemos a sorte de pegar a última onda de compradores de discos.
P.T.: Bom, aquilo então se foi e agora é isso. Nós sempre queremos mudar.
Essas mudanças os fizeram chegar ao terceiro cd incluindo sonoridades africanas. O que estão preparando para o próximo?
N.M.: Nós estamos muito abertos. Tudo que escutamos nos faz entrar em um processo de criação, e o mundo inteiro oferece material pra isso. Algumas pessoas dizem: “Este vai ser afro-cubano”, e depois acaba tomando outro rumo. Ninguém pode dizer exatamente que é algo até que esteja pronto.
Haverá mais referências ao pintor Rodchenko?
PT: A arte de Rodchenko nos influenciou muito. Nós a usamos algumas vezes, mas não sei se mo próximo cd retomaremos à ele.
Fonte: adn.es
Agradecimento pelo link: New Chilean Gentry