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Franz Ferdinand na Mono – toda a história e o review do show

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Que o Franz foi uma das bandas convidadas para tocar na comemoração do 10º aniversário da Mono, junto com Muscles Of Joy e RM Hubbert você já sabe, e provavelmente já leu na review traduzida da NME que postamos anteriormente. Mas você sabe a importância que o local tem para Glasgow, para quem mora lá e para a banda?

A Mono foi inaugurada como parte de uma cadeia de restaurantes vegetarianos/veganos que entre outros inclui a Stereo (sim, aquela que aparece no clipe de Darts of Pleasure!) e a 13th Note (lugar onde o Alex já trabalhou como programador musical antes da formação da banda). Ela é além de restaurante, um pub, uma loja de discos, um ponto de encontro e claro um ótimo local pra se curtir música ao vivo em Glasgow. Todos esses lugares juntos foram responsáveis por dar oportunidades as bandas da cidade nos últimos 21 anos e portanto, tem papel fundamental na própera cena musical que se formou em Glasgow nas últimas décadas.

A última vez que o Franz tocou na Mono foi em 2007, em um fetival chamado ‘Hey You Get Off My Pavement’ onde fizeram um show surpresa, no pátio do lado de fora da Mono, para mostrar para sua cidade natal músicas do ainda inédito álbum Tonight. Um show bem diferente do de 2012, que contou com um público de cerca de 300 pessoas e relembrou o início da carreira da banda. Um show bem íntimo, para os amigos músicos, os amigos artistas, familiares e alguns fãs sortudos.

Um bis com o hino da Merchant City, ‘Shopping For Blood’, encerrou de maneira apropriada o show, já que a Mono se situa no coração da vibrante e revitalizada área.

***A chamada ‘Merchant City’ é uma área de Glasgow que abrange o núcleo histórico e cultural da cidade. No passado (por volta de 1750), a área abrigava residências e armazéns dos ricos comerciantes de tabaco que prosperaram na navegação  devido a localização privilegiada da cidade. Com a expansão de Glasgow, o local passou a ser ocupado por armazéns em funcionamento e mercados centrais de frutas, verduras e queijos da cidade. Após um período de declínio,  os mercados centrais se deslocando para fora do centro da cidade e os demais prédios foram adquiridos pelo governo para demolição. Na década de 80 a área sofreu um processo de revitalização, inspirado na Covent Garden de Londres, dando nome a área hoje conhecida por  ‘Merchant City’. Uma área comercial e de lazer com muitos bares, restaurantes, teatros e galerias além da construção de novos conjuntos habitacionais, através da restauração de edifícios antigos.

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É interessante ver como Glasgow respira arte e música por todos os lados, ao ponto de músicos e artistas se conhecerem tão bem que chegam a pertencer a uma classe única. Mais interessante ainda é ler o review de uma fã que esteve lá e que descreve a emoção de um show da banda tão íntimo e na cidade onde tudo começou…

Franz Ferdinand@MONO – Glasgow, Escócia (16/11/2012): Review

por Jeremy Fraser Tumblrreview completo em inglês / mais fotos

Quando Alex Kapranos pronuncia o começo da letra “I live in the Merchant City” para uma pequena mas exaltada platéia batendo os pés com a inquietante linha de baixo de Bob Hardy como de fato, “é sempre melhor no feriado” … e ocorre que você está em pleno coração da própria Merchant City. Bem, esse é um momento para contar aos netos a respeito.

Acho que eu teria ficado igualmente entusiasmada com o verso de “Transmission” em ‘Do You Want To?’, já que a galeria fica virando a esquina da Mono, mas infelizmente ele abandonou a letra no meio da estrofe e pronunciou no lugar de forma confusa alguma coisa sobre seus amigos artistas. Como bons Glaswegians, nós rimos na cara dele e dançamos mais ainda.

Acho que eu estava esperando por esse momento por quatro anos. No entanto quando aconteceu, pareceu assustadoramente natural estar de pé onde eu estava entre o mais fascinante grupo da comunidade de arte e música de Glasgow. Arte em Glasgow tornou-se a minha vida atualmente. Apoiando, fazendo, contribuindo. Tudo. Celebrar com as pessoas e em um dos locais onde tudo começou, nesse dia, foi algo realmente especial de se fazer parte.
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Meu colega de apartamento e eu chegamos ao local 15 minutos antes do previsto e descobrimos que o preço do ingresso incluia um buffet de comida grátis. Nada mal. E depois de duas metades de pint, eu estava pronta pra dançar. Antes de entrar no lugar, lembro de ter dito a ele que eu iria me sentir surpreendentemente bem ou terrivelmente estranha andando em torno de todas aquelas pessoas naquela noite, então poderímos muito bem entrar e agir também como se fossemos donos do lugar, em todo o caso. O que fizemos muito bem, tenho que dizer.

Lenta e silenciosamente nos encaminhamos para a frente do palco…

Eu não vou mentir. É um pouco difícil de descrever os sentimentos de vivenciar uma das suas bandas favoritas tocar ao vivo normalmente. Quanto mais em sua cidade natal. E enquanto os sets do Franz permanecem sem novidades nestes últimos anos, é sempre sua vontade e alegria de estar onde estão que me emociona. Você experimenta uma espécie de catarse pulando atordoado ao longo de “Take Me Out” em suas botas de cano baixo e saia de bolinhas, sendo empurrada contra dois grandes fotógrafos da imprensa de Glasgow na fila da frente.

Mas isso é algo que eu sempre observei em shows do Franz.

As pessoas de fato dançam. E mais. A crew dança. Os assistentes de palco dançam. As namoradas deles dançam. A porra do lugar todo… dança.

Aqui está uma foto do setlist se você não viu antes. Eu decidi não passar as músicas, uma a uma, como eu fiz no meu último review, porque ficaria muito chato e muito rápido. Embora eu diria que ‘Horizon’ será definitivamente uma das minhas favoritas entre as novas canções. ‘Bullet’ soa muito promissora. Vendo como o set geral foi carregado de músicas antigas e salpicado com novas, eu acho que pode significar que estamos vendo uma tendência da banda em retroceder diante do novo material. Alguém concorda?

E, por último, o cover de Roxette do Dr. Feelgood sofreu uma mudança brusca de riff tão boa que eu me permiti esquecer temporariamente meu desejo de me comportar, dançando como doida que eu estava. Devo ter parecido contagiante em minhas travessuras ou algo do tipo, porque sempre que eu olhava para o Paul Thomson, ele estava sorrindo como bobo… o que só fez eu e o meu colega rirmos a cada vez. E quando eu não conseguia ver o Paul (perdido atrás da bateria como ele está acostumado a ficar), era porque o Bob estava parado em minha frente com sua ameaçadora altura 😛

Mas esse é Franz. Trazendo energia como de costume. Para uma multidão ou de 200 ou de 20.000, eles merecem todo o amor que recebem.

De um modo geral, foi totalmente cativante ver uma banda com fortes raízes em sua cidade, tocar de forma tão simples para a platéia de sua cidade natal. Acho que a rapidez do set tornou tudo mais direto, apesar de falhas, que sempre existem para ser justa. A natureza casual da performance ao vivo. Foi uma sensação completamente diferente do show irlandês que eu assisti em maio.

Alex fechou o set muito bem com um aceno de cabeça para o Craig (dono do local) e o restante, agradecendo-lhe por lhe dar uma ajuda no início como promotor a muito tempo, fazendo-o suportar um monte de merda… “como The Blisters” e todas as lorotas toleradas pela Note quando ainda era The Bogle Stone na Glassford Street. Ele ressaltou que muitas das pessoas que estavam lá naquela noite, estavam em seu primeiro show a cerca de 10 anos atrás também… Antes de executar uma versão psicótica de “Ulysses”, e um encore totalmente apropriado da b-side ‘Shopping For Blood’.

Eu nunca pensei que veria o dia.

Tudo o que eu sei é que eu peguei super rápido o setlist do Bob ao terminar. Tão rápido, que consegui um ‘high-five’ e vários sorrisos de aprovação. No caminho da saída tomamos uma decisão de última hora nos aproximando do Alex enquanto ele terminava um cigarro. Tudo uma divertida tarefa. Durante o qual, meu colega achou absolutamente necessário informar-lhe que me mudei para Glasgow por causa da banda. Com a mão no rosto e meio negando eu divagava algo sobre ele e o Franz serem uma grande inspiração na minha decisão de ir estudar arte em Glasgow. E algo sobre como eu estava esperando para ver o Franz se apresentar na cidade “por anos”. (LOL, eu nem sequer sei…) Resumindo a história, eu agradeci. E sendo o adorável cavalheiro que é, ele perfeitamente reconheceu e entendeu o que eu pretendia, elogiou a minha paixão por estar onde estava, e apertou minha mão.

Foi, de forma curiosa, o mais a vontade que eu já fiquei ao encontrar alguém que admiro.

Porque, de verdade. Quantas pessoas neste mundo chegam a agradecer pessoalmente a razão por trás de muitas de suas pretenções? A razão de estarem em sua vida naquele exato momento no tempo?

Aparentemente eu.

FONTE: Review, vídeos e agradecimentoJeremy Fraser Tumblr / Fotos do review – Matthew Mcandrew
+ DIY / Merchant City / Wikipedia / Franz Ferdinand Instagram

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