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“É o começo de uma nova era” – Franz Ferdinand anuncia turnê e retorna com novo single e álbum “Always Ascending”

Nós conversamos com Alex Kapranos sobre perder um membro e encontrar um novo propósito

     por ANDREW TRENDELL @ANDREWTRENDELL | OCT 25, 2017

FFnewera

O Franz Ferdinand voltou com notícias sobre o seu tão aguardado novo álbum e uma turnê pelo Reino Unido. Ouça a faixa-título “Always Ascending” e veja as datas de turnê após a entrevista com o frontman Alex Kapranos.

Após provocar os fãs com um trechinho da nova música no início desta semana, os veteranos do indie rock e vencedores do prêmio Mercury revelaram o single principal e anunciaram que o novo álbum “Always Ascending” será lançado dia 9 de fevereiro de 2018.

Aproveitando os sons sintetizados e eletrônicos da banda, a faixa é uma mudança experimental e propulsora para a banda, uma partida ambiciosa de suas raízes com guitarras fortes.

“Em termos sonoros, essa música representa bem o álbum todo”, Kapranos contou à NME. “Este disco soa bem diferente dos nossos anteriores – é um álbum um pouco mais amplo e menos “direto as guitarras”. É só uma amostra. Ainda há mais surpresas por vir”.

                                                                   

Os fãs estavam esperando ansiosos por notícias do novo álbum desde a saída do guitarrista Nick McCarthy em julho de 2016, após 14 anos de banda. O Franz então confirmou que ele não participaria das gravações nem da turnê do quinto álbum – sequência do aclamado Right Thoughts, Right Words, Right Action (2013).

A lista de músicas de “Always Ascending” é:

Always Ascending
Lazy Boy
Paper Cages
Finally
The Academy Award
Lois Lane
Huck And Jim
Glimpse Of Love
Feel The Love Go
Slow Don’t Kill Me Slow

Você disse que o álbum é tanto “futurístico quanto naturalista”. Como você procurou encontrar esse equilíbrio?

Nós queríamos pegar os sons que já são disponíveis para nós agora e fazê-los soar como algo que você nunca ouviu antes – o som do futuro. Quando você está gravando um álbum em 2017, você precisa estar de olho no próximo passo. O que as pessoas ainda não ouviram em 2018? Em termos de “naturalista”, não é um retrocesso, mas sobre tentar fazer algo que soe como se fosse tocado por humanos. É bem tentador no estúdio digitalizar os mínimos detalhes, “photoshopar” sua música. Tudo foi tocado ao vivo e nada foi programado. O som ainda é bem cru e tem um lado rock n’ roll nele.

Liricamente, com o que você diria que está lidando neste álbum?

Talvez haja um tema, mas eu ainda não o descobri. Eu estava respondendo ao que estava ao nosso redor. A música “Always Ascending” foi inspirada por um evento histórico que ocorreu com algumas pessoas e, elas acabaram literalmente levantando e deixando a Terra. Eu não quero falar muito sobre isso agora.

Nós íamos escrevendo e criando personagens, da mesma forma que você faria se fosse um escritor de contos – você teria cor e uma história prévia, que seria sugerida na música. Foi um jeito especial de escrever. Nós queríamos personagens que fossem convincentes e tivessem uma profundidade emocional. Em livros e filmes ninguém questiona a profundidade emocional, mas quando você está escrevendo uma música de rock n’roll, há sempre uma presunção que elas devem partir de experiências pessoais para serem verídicas. Nós queríamos “sacudir” essa ideia e criar personagens que fossem ainda mais críveis e vívidos do que experiências pessoais possam ser.

Após o lançamento da música anti-Trump “Demagogue”, você tocou novamente no tema do estado atual político?

É assustador, não é? “Demagogue” foi escrita no início do processo desse álbum. Nós decidimos lança-la naquele exato momento porque sabíamos que qualquer que fosse o resultado da eleição nos EUA, aquela música se tornaria totalmente irrelevante. Olhando agora, como o mundo era diferente apenas um ano atrás – nós achávamos que seria aterrorizante “se” eles (americanos) elegessem Donald Trump. Na sua mente você está pensando “Vamos lá, não é possível que eles vão eleger esse idiota”. Eu lembro que naquela época havia um equilíbrio entre o horror e graça dessa eleição.

O que está sendo interessante e mortificante de se ver é como o lado cômico foi completamente tomado pelo lado obscuro da situação real. É absurdo e perverso, mas não é divertido em nenhum sentido. A realidade é absurda, você não pode inventa-la. É tão egoísta e cruel. Você pode vê-la refletida no nosso próprio país. Realmente é um tempo repugnante.

Você acredita que como é um artista sempre em turnê você precisa constantemente “explicar” o Brexit?

Eu lembro que estava na Itália na época da votação. Eu viajei de volta pra casa alguns dias depois e o segurança do aeroporto estava “o que você fez?”. Fiquei meio envergonhado, mas tive de dizer “não fui eu!”. Como explicar isso? Como pudemos ser tão idiotas?

Uma vez que o Nick deixou a banda, como você diria que a química [entre a banda] mudou?

O que aconteceu foi que Bob, Paul e eu nos unimos. Tornamo-nos muito próximos e passamos a sair juntos o tempo todo. Foi quando nós realmente começamos a compor. Isso concentrou nossa identidade  e o que nós queríamos fazer enquanto banda e o que queríamos criar. A saída do Nick foi um estímulo real. Quando algo dessa magnitude acontece, não dá pra simplesmente seguir com a banda como era antes. Ou você vai “certo, acabamos por aqui” ou se concentra e fica mais forte. Foi o que aconteceu conosco. Nós tivemos mais paixão e mais estímulo do que por uma década. Nunca estive mais intensamente na banda.

Me lembro do Interpol dizer algo parecido após a saída do Carlos D…

Curiosamente, depois que o Nick saiu eu estava em Nova Iorque e saí com o Daniel [Kessler, guitarrista do Interpol]. Estávamos conversando sobre como é ter mais dos seus amigos e membros fundadores deixando a banda. Ele me ajudou a entender como a sua identidade e foco tornam-se mais fortes. Curiosamente, outra experiência que resumiu bem foi quando estávamos tocando em um festival em Madri recentemente e o Liam Gallagher também estava lá. Ele estava perguntando como era depois da saída do Nick e disse “é como estar em um time de futebol – um jogador sai, mas o time continua jogando”. É uma forma bem sucinta de se colocar.

Então onde o Franz Ferdinand se encontra agora? Como você se sente sobre a próxima geração?

Eu sinto que o último disco (Right Thoughts, Right Words, Right Action) foi um bom encerramento de um período. Este parece a prefeita introdução para a década que está por vir.

Você se sente, como disse o Kassabian, “sobrevivente” da cena das guitarras dos anos 2000?

Oh, Deus. Eu nunca conheci os caras do Kassabian. Nós fizemos uma turnê com o Interpol anos atrás e ainda sou amigo do Daniel e de muitas outras bandas. Muitas dessas bandas acabaram lançando discos ao mesmo tempo umas das outras. Não vejo isso como qualquer tipo de “cena”. Vejo meus contemporâneos como as bandas que vieram de Glasgow ao mesmo tempo. Sinto mais afinidade com uma banda como Sons & Daughters. Nós não queríamos fazer parte de uma cena quando começamos. Queríamos fazer algo diferente. Eu não quero fazer um disco que pareça que algum outro p*to tenha feito – Eu quero fazer um disco que todos queiram copiar.

Turnê e entradas para o Franz Ferdinand

As datas da próxima turnê da banda no Reino Unido e Ireland estão logo abaixo. Entradas serão colocadas a venda a partir de 9am de sexta, 3 de novembro e disponíveis aqui.

Saturday         10 February    Galway, Ireland     Leisureland
Sunday            11 February    Dublin, Ireland     Olympia Theatre
Tuesday          13 February    Manchester      Albert Hall
Wednesday    14 February    Nottingham     Rock City
Friday             16 February    Newcastle         02 Academy
Saturday         17 February    Glasgow            02 Academy
Monday          19 February    Leeds                 02 Academy
Tuesday         20 February    Birmingham     02 Academy
Wednesday    21 February    Bristol                02 Academy
Friday             23 February    Cambridge        Corn Exchange
Saturday        24 February    London              02 Brixton Academy

 

Tradução e agradecimentos: Amanda Carvalho | Elisabete Moura Rocha | Paula Higa

FONTE: http://www.nme.com/news/music/franz-ferinand-new-album-song-tour-always-ascending-interview-2153300

 

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