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Franz Ferdinand: A pop é para quem tem estilo – vídeo

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por Tiago Pereira , Publicado em 02 de Dezembro de 2009
                                Nick McCarthy, o guitarrista:                                                                                                                                                                                                                                    “Para vocês, rock ao vivo é como um jogo de futebol”, diz ao i Nick McCarthy, guitarrista da banda que actua hoje em Lisboa

É verdade. E se pensar bem não encontro grandes razões para que isso tenha acontecido. Bem, talvez… Cometemos alguns erros no início do nosso percurso, com todo o sucesso que alcançámos. Erros em termos de números. Fizemos coisas a mais.

Têm alguns problemas em dizer “não” é isso?
Tivemos, sim, agora somos mais homens, estamos mais crescidos. Até há um par de anos tocávamos em toda a parte, em qualquer altura. Acabámos por perceber que isso não pode continuar durante muito tempo, é uma questão de sanidade mental. Funciona um pouco como as entrevistas que damos.

Não gostam de dar entrevistas?
De uma forma geral gostamos, mas podemos sempre questionar a utilidade de uma entrevista a uma banda.

Talvez o mais interessante seja tentar descobrir algo que não esteja explícito na música que um grupo faz, algo mais íntimo mas que se possa relacionar com a sua expressão…
É, essa é a parte que também a mim me interessa nas entrevistas que leio. Mas sou cada vez mais apoiante da teoria de um amigo que me costuma dizer que as bandas pop não deveriam dar entrevistas, porque nunca têm nada de interessante para contar.

Como se enquadram hoje os Franz Ferdinand nesse tipo de catalogação? Estão mais perto do mainstream do que alguma vez estiveram…
Sim, isso é bizarro.
Quando começámos, lutávamos contra o mainstream, não gostávamos do que tocava na rádio, da onda que tomava conta dos palcos e das lojas de discos.

Que onda era essa?
Em 2000, 2001? Lembro-me de ouvir bandas chatas, muitas daquelas coisas shoegaze. Músicas que vinham ainda do final dos anos 90, ritmos de dança desinteressante, pessoas a tocar apenas com computadores, com um dedo. Não havia acção. E lutávamos contra isso. Havia coisas a acontecer, bom hip-hop, mas esse não era é bem o nosso mundo.

Mas essa luta levou-vos a ser a referência, os papéis inverteram-se…
É um sentimento estranho, lutar contra o mainstream e agora fazer parte dele. Gostamos de nos aproximar deste mundo mas… Este terceiro disco demonstra bem a nossa contínua vontade de mudar. Cansámo-nos das bandas que estão nos tops porque soam todas ao mesmo, é terrível. Toda a gente está a tocar ritmos disco na bateria, o baixo com o efeito octave, todas as guitarras são iguais… Não quero mais fazer isso. É como quando andamos na escola e temos a mania de que ouvimos a coisa mais cool do mundo. Como quando ouvi “Smells Like Teen Spirit” pela primeira vez. Tudo aquilo era incrível. Mas cheguei à escola no outro dia e estava tudo a ouvir a mesma coisa. Foi fácil passar a odiar Nirvana a partir desse dia – pelo menos durante um curto espaço de tempo. A grande realidade destes dias é que os Franz Ferdinand são realmente famosos.

E isso é algo a combater?
Não, ainda não chegámos a esse extremo na nossa relação com a popularidade, até porque só alguém muito cínico estaria numa banda para não ter sucesso.
O grande problema é que nada disto funciona como uma receita de bolos, as doses não são medidas antes da fermentação.
As coisas simplesmente acontecem. Então connosco foi quase ridículo. Nunca fizemos grandes planos para nada, somos até uma banda razoavelmente desorganizada. Apenas gostamos de escrever canções pop com estilo e tocá-las enquanto banda. É isso mesmo: temos muito estilo, é o nosso segredo. Como os Blondie ou os Talking Heads.

E não querem escrever canções como outros mais contemporâneos?
Não tenho encontrado motivo para excitação na pop dos nossos dias. Apercebi-me disso há pouco tempo, quando olhei para as revistas e jornais de música que tinha em casa: é tudo sobre artistas e discos antigos, sobre as referências das minhas referências. Estarei velho, estarei perdido nos meus gostos? Penso que não. Ainda há coisas que me deixam ansioso. Por exemplo, os Metronomy, que estarão de regresso em breve. Estará o segredo do futuro na electrónica? Talvez. Nos nossos concertos, por exemplo, os momentos que assentam em electrónicas estão incríveis. Não tenho vergonha nenhuma de o dizer – estamos on fire quando chega a altura de dançar em palco. Podemos dizer on fire numa entrevista em Portugal, certo?

Claro. Até porque ajuda ao entusiasmo de quem vai ao concerto.
Sei que vocês não precisam disso, para vocês, rock ao vivo é como um jogo de futebol.

Isso é um elogio, naturalmente…
Óbvio. O futebol é como se fosse um encontro familiar, talvez seja apenas um pouco mais irrequieto.

FONTE: ionline

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