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Franz Ferdinand: ‘Nosso novo álbum é um buraco para um universo inteiro’ – entrevista de Alex e Nick para a NME, 2ª parte [Traduzida]

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O álbum número quatro vai da mitologia grega e a futilidade do trabalho à impropriedade da música pop em funerais, diz Alex Kapranos

Depois de quatro anos desde o ‘Tonight: Franz Ferdinand’ de 2009, a banda retorna com seu quarto álbum de estúdio ‘Right Thoughts, Right Words, Right Action’. Devemos chamar isso de ‘retorno’? Alex Kapranos não tem certeza. Ele diz que a vida na estrada manteve a banda em forma.

“Estivemos fazendo shows ao longo dos últimos dois anos, então nós não paramos de excursionar completamente”, ele assinala. “Se você está numa banda que só fica em estúdio, você perde o senso do que você é ao vivo. Pode ficar muito entediante. Então tocar ao vivo significa que podemos manter a conexão com as pessoas. Foi só quando anunciamos o álbum, na semana passada, que eu considerei que as pessoas decidiriam se elas queriam outro álbum do Franz, mas nós tivemos uma resposta muito amável e positiva.”

Ele se sentou com o colega de banda, Nick McCarthy, no estúdio deste último, o Sausage Studios, o local de gravações no leste de Londres com o pior nome no mundo da música [na verdade, não queriam dizer ‘pior’, e sim fazer um trocadilho com o som das palavras worst/wurst, que é, consecutivamente, pior/salsicha]. Kapranos ainda passa a maior parte de sua vida ao norte da fronteira, enquanto McCarthy plantou suas raízes na capital, e os colegas de banda, Robert Hardy e Paul Thomson também vivem em lados opostos do país. Com as gravações acontecendo aqui, na base escocesa de Kapranos, ou com os produtores convidados em Estocolmo e Oslo, a banda acredita que seu relacionamento no trabalho floresceu. “Eu acho que quando você ouve um disco você pode dizer, mesmo que seja a mais obscura das músicas, você sempre pode dizer se as pessoas estão se dando bem”, observa Nick McCarthy. “Se elas gostam da companhia umas das outras e de estarem juntas.”

Esta sensação prazerosa, certamente está neste álbum que retorna à alegre exuberância de seu autointitulado álbum de estreia de 2004. Há uma mudança de direção depois do ‘Tonight’. “Pareceu um ponto de mudança”, ressalta McCarthy, antes de Kapranos continuar: “Esse álbum é muito ‘nós’ de uma maneira bem imperturbável. Nós deliberadamente nos proibimos de pensar em como [o álbum] ia chegar ao mundo e apenas aproveitamos.”.

O título do álbum, ‘Right Thoughts, Right Words, Right Action’, é oferecido como resposta à mensagem enigmática deixada num cartão postal que inspirou a faixa de abertura: “Venha para casa, praticamente tudo, está quase perdoado”. Kapranos nunca pretendeu que o slogan fosse um grito de guerra politico, embora não consiga resistir e salientar: “Eu acho que muitos políticos poderiam se beneficiar aplicando isso às suas vidas e realmente pensar, agir e fazer o certo!”.

O que o álbum faz é preocupar-se com temas de letras que variam do universo em expansão e mitologia grega para a inutilidade do trabalho e da inadequação da música pop em funerais. O Franz Ferdinand está se sentindo um pouco existencial?

“Acho que somos meio idiotas por pensar assim”, diz Alex com um sorriso irônico. Ele faz uma pausa antes de recomeçar: “Há várias coisas diferentes em apenas uma música, então esqueça passar pelo álbum inteiro, pois algumas vezes você faz um desserviço à música ao tentar resumi-la em algumas palavras. Para mim o melhor tipo de música é aquela com que eu tenho aquela excitação instantânea, eu a ouço e ela faz com que eu me sinta bem, ou talvez ela seja obscura e melancólica mas eu ainda sinto algum tipo de excitação imediata de me ligar à humanidade de alguém. Tem que haver isto e isso pode ser tudo o que você vai receber dali. Mas, para mim, eu quero que haja um pouco mais. Eu quero que seja um buraco pelo qual você pode se arrastar para um universo inteiro. Nós colocamos muito de nós para colocar este universo lá, mas se tudo o que você quer é a excitação então isto está lá também.”

NME 01-06-2013 1

NME 01-06-2013 2

Faixa a Faixa

Alex dá umas dicas das músicas de ‘Right Toughts, Right Words, Right Action’‘Right Action’

‘Right Action’
“Um postal num mercado de pulgas tinha a mensagem: ‘Venha para casa, praticamente tudo, está quase perdoado’. Esta é a frase de abertura. Para mim, era quase um romance em poucas palavras.”

‘Evil Eye’
“Meu pai é Grego e em várias culturas do Mediterrâneo eles têm a tradição do ‘mal olhado’ (‘evil eye’). Algumas pessoas na minha família sempre tiveram a sensação de que tem esse poder extra-sensorial de que eles podem prever coisas, então eu tentei.”

‘Love Illumination’
“Nós realmente não podemos comentar a respeito desta.”

‘Stand On The Horizon’
“É um pouco sobre Marsden Rock, perto de South Shields, havia lá um arco que ruiu numa tempestade. É sobre os marcos de sua vida serem destruídos. Às vezes é bom.”

‘Fresh Strawberries’
“É sobre procurar uma resposta, seja ela religião, sistema de crença, ou apenas alguém para admirar.”

‘Bullet’
“Nós brincamos com o ritmo, daí uma batida vem um pouco cedo demais e te acerta na cabeça. É uma técnica que você vê muito em filmes de Hollywood. Elas criam suspense.”

‘Treason! Animals.’
“Rir do absurdo de tudo diante da desolação. Na verdade, sou só eu cantando e imaginando que sou o rei das árvores e dos animais.”

‘The Universe Expanded’
“Nós a gravamos na Suécia com Bjorn, do Peter Bjorn and John, mas ela estava muito bonita então nós a levamos de volta para a Escócia para f*der um pouco com ela.”

‘Brief Encounters’
“De novo, nós não queremos falar muito sobre esta ainda.”

‘Goodbye Lovers & Friends’
“Eu estive em alguns funerais onde música inapropriada estava sendo tocada. Você pensa: ‘Talvez fosse a música favorita deles, mas para todos os outros lá é horrível.’ Então a primeira frase é ‘Não toque musica pop’.”

 

TRADUÇÂO: Cristina Renó
FONTE: Revista NME (01-06-2013) / Obrigada Shauna Byrne/BananaGangFF pela matéria da revista

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