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Franz Ferdinand – ‘Right Thoughts, Right Words, Right Action’ resenha do álbum

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TRADUÇÃO: Cristina Renó

Os heróis indies soam esquisitos num torcido e fortemente inteligente quarto album por James Manning

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Right Thoughts, Right Words, Right Action’: soa simples, sincero e certo, mas o quarto álbum do Franz Ferdinand é qualquer coisa menos isso. Nos últimos dez anos, a banda de Glasgow lançou músicas contra o amor, categorizando a cara-metade como um franco atirador (‘Take Me Out’), citou Terry Wogan (‘The Dark of the Matinée’) e Mao Tse-Tung (‘Walk Away’) e recontou um épico poema grego como sendo uma noitada (‘Ulysses’) – ainda assim, ‘Right Toughts…’ é a coisa mais estranha e intrigante que eles já fizeram até agora.

Voltando atrás desde a produção clara e as tendências eletrônicas do último álbum (‘Tonight: Franz Ferdinand’, no longínquo 2009), no álbum novo o Franz soa frequentemente como a banda de garagem, pós-punk que eles quase, mas nunca, foram. Nos saltitantes e vacilantes riffs de ‘Right Action’ ou na inquietante primeira parte de ‘Stand on the Horizon’, eles esbarram em algo como o tranquilo indie do início dos anos 80: pense em Josef K ou The Monochrome Set. ‘Bullet’ é um brusco indie-punk cheio de guitarras agitadas, ficando entre Buzzcocks e The Strokes, enquanto ‘Goodbye Lovers & Friends’ cambaleia a lamenta, cheirando levemente Tom Waits. Isto é o mais brutal que o Franz Ferdinand já foi num álbum.

No entanto, não tenha a impressão de que eles regressaram ou retrocederam a serem (como o vocalista Alex Kapranos auto depreciativamente os chamou na primeira conferência de imprensa do lançamento de ‘Right Thoughts…’) ‘uma banda boba’. Franz se liberta do padrão guitarra-baixo-bateria em maneiras esquisitas e maravilhosas em todo o álbum. ‘Love Illumination’ joga saxofones, palmas e algo que soa como um claviolino na equação. ‘Stand on the Horizon’ se transforma numa dançante música disco, toda címbalos sibilantes e sintetizadores no estilo Moroder. ‘Evil Eye’ combina sua estrutura badalada com assustadores órgãos vintage, enquanto um pesadamente reverberado Kapranos gargalha como um vilão do Hammer Horror.

Na verdade, apesar de uma infinidade de grandes riffs cativantes, linhas de baixo badaladas e refrãos atraentes, não há músicas simples aqui – e isso serve para as letras, que fazem jus aos padrões que Kapranos estabeleceu com os outros três álbuns. ‘The Universe Expanded’, por exemplo, é uma canção de amor que tem como cenário um cosmo contraditório onde Kapranos revive um romance ao contrário. É de quebrar a cabeça – mas cativante, comovente e divertida. ‘Brief Encounters’ é uma ode hilária e sinistra às festas de swingers suburbanos. Enquanto isso, ‘Treason! Animals’ é uma das mais estranhas e assustadoras do álbum: um louco fluxo de consciência que se decompõe em um explosivo e repetitivo middle-section onde murmurantes cânticos incorpóreos circulam ameaçadoramente ao redor do vocal isolado de Kapranos: ‘Hey friends, I need to hear voices… Something has really, really gone wrong’. Outros destaques são ‘Love Illumination’, um drama psicológico sobre se acomodar ou buscar mais, e ‘Fresh Strawberries’, com letras dramatizadas sobre crenças e cinismo, otimismo e pessimismo – ‘Wouldn’t it be easy to believe?’ – com um combate instrumental entre claves maiores e menores.

De fato, quanto mais você ouve ‘Right Thoughts…’, melhor fica. Este é sempre um bom sinal, e embora não haja nenhuma música neste álbum que seja estrondosamente glamorosa quanto ‘Do You Want To’ ou tão suscetível de levantar o público em festivais como ‘Outsiders’, é tão brilhante, em sua maneira distorcida, complexa e furiosamente inteligente, como qualquer álbum que eles já fizeram até agora. Só mais uma coisa: não nos deixe esperar tanto pelo próximo, hein?

FONTE: TimeOut

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