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A NME ouviu o álbum e nos conta como soa cada música | Primeira audição – Franz Ferdinand, ‘Right Thoughts, Right Words, Right Action’

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TRADUÇÃO: Cristina Renó / Márcia Sant’Ana

Quatro anos depois, o quarto álbum do quarteto de Glasgow. Bons presságios, certo? ‘Right Toughts, Right Words, Right Action’ vem com a promessa de aventura, ousadia e rebeldia – e uma renovada aceitação das sensibilidades pop. Eis aqui algumas das primeiras impressões.
por Matthew Horton

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                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             ‘Right Action’

Não nos aborreça, nos leve até o refrão. Franz Ferdinand leva 23 segundos para alcançá-lo aqui, nos deixando saber que estão de volta de corpo e alma à jogada pop. Depois de tempos obscuros do Tonight de 2009 é um sinal de que eles redescobriram o salto que fez seu álbum de estreia um sucesso, e ‘Right Action’ tem metais sintetizados, letras espertas – ‘Sometimes wish you were here – weather permitting’ (Às vezes eu queria que você estivesse aqui – se o tempo permitir) – doo-doo-doos e até um grito ‘HO! antes do final’. Estamos amarrados nela!


‘Evil Eye’

“What’s the colour of the next car?” (Qual a cor do próximo carro?) Vamos voltar a essa. ‘Evil Eye’ é super-amarrada, uma tomada funk chique de Glasgow, tão bem cortada quanto um terno Savile Row, com revestimento de sintetizadores travessos e penetrantes. ‘Don’t believe in God’ (Não acredite em Deus), canta Alex Kapranos, ‘But I believe in this shit’ (Mas eu acredito nessa merda), e ninguém é mais sábio.


‘Love Illumination’

Depois do familiar par de abertura, esta é um pouco mais vil, todas as cabeças se baixam perante guitarras difusas e a batida tamborilante. É hiperativa, com um solo de segunda linha de flauta dando espaço para uma double-tracking, meio parecido com um solo de Thin Lizzy. Finalmente há uma pausa e todos se acabam na harmonia – ‘We’re all looking for somebody to love’ (Todos nós estamos procurando alguém para amar).


‘Stand On The Horizon’

Um quarto refrão de matar vem a galope, mas não antes de uma quase pastoral introdução onde Kapranos arrulha ‘I am the proudest man ever born’ (Eu sou o homem mais orgulhoso que já nasceu) sobre uma guitarra folk. Em breve estamos galopando juntos novamente – ‘Come to me/Oh won’t you come to me’ (Venha para mim, oh venha para mim) canta o refrão – com um baixo elástico e um middle bit apertado e lindamente equilibrado. O tom muda no minuto final, com o refrão ‘Oh the North Sea sings, won’t you come to me, baby’ (O mar do norte canta ‘venha para mim’) soando alegremente cada vez mais alto. Acho que o British Sea Power virou eletro pop.


‘Fresh Strawberries’

Desta vez ‘We are fresh strawberries/A fresh burst of red strawberries… We will soon be rotten/We will all be forgotten’ (Nós somos morangos frescos, uma explosão fresca de morangos vermelhos… nós apodreceremos em breve, nós seremos todos esquecidos), que é um pensamento reconfortante. Franz Ferdinand fermenta toda esta condenação com outro refrão pegajoso, um tipo de powerpop pós-Beatles que libera a tensão, mas o sentimento é tão seco quanto: ‘Wouldn’t it be easy with something to believe in?’ (Não seria mais fácil com alguma coisa em que acreditar?) Nick McCarthy deixa sua guitarra vibrar sarcasticamente no decorrer.


‘Bullet’

O passo apanha um pouco do saudável breakneck indie dos anos 80 com um dedilhar de guitarra combinado com a batida recarregante. Se você pensar bem, soa como Belle & Sebastian fazendo cover de The Television Personalities – o que provavelmente já aconteceu. Kapranos está sob pressão: ‘Never get your bullet out of my head now, baby/Never get your bullet out of my mind/I get out of my head/Get out of my head now/I get out of my mind’ (Nunca tire sua bala da minha cabeça/nunca tire sua bala da minha mente/ Eu saio de mim/ Saia da minha cabeça agora/ Eu saio de mim) – e você sai suando.


‘Treason! Animals.’

Não procure por uma folga aqui. Agora temos um órgão pulsante e uma saltitante guitarra nos reunindo ao The Stranglers em algum momento de 1978. ‘Something has really really gone wrong’ (Algo deu muito muito errado), mas soa muito certo, uma doce união das garagens dos anos 60 e do punk dos anos 70 que de alguma maneira nos leva a Echo and the Bunnymen e REM também, e tudo num espaço de quatro minutos. Kapranos poderia estar apaixonado por um ‘narcissist’ (narcisista), ‘analyst’ (analista) ou ‘nemesis’ (nêmesis), mas ele sabe ‘what the mirror has told me’ (o que o espelho me disse). Ele precisa de alguém com ele.


‘The Universe Expanded’

Esta é puro conceito – começa com loops de órgão cortante e guitarra tocada de trás para frente antes de um riff assustador que a leva adiante, mas liricamente continua em reverso, uma relação incontável. ‘I’ll give you each love letter back’ (Eu te devolverei cada carta de amor), canta Kapranos, ‘I’ll laugh before every joke is told’ (eu rirei antes da piada ser contada). Em breve, engrenagens são desenroladas, bolos não assados e, ao final, ‘We’ll part as happy strangers from a long friendship that grew from such a love’ (Nós nos separaremos como felizes estranhos de uma longa amizade que cresceu de tal amor). Há um doce refrão mais uma vez, mas o resto é inquietante e disperso.


‘Brief Encounters’

Bom, todo álbum precisa de uma canção de boêmios – ‘We are brief encounters/We all lose our keys/We all choose our partners/We all choose our keys/Car keys’ (Nós somos amantes ocasionais/ Todos nós perdemos nossas chaves / Todos nós escolhemos nossos parceiros / Todos nós escolhemos nossas chaves / Chaves de carro). O sintetizador está ajustado para ‘órgão’ de novo, mas com um toque meio Blur que se torna meio arrepiante, mas ao contrário passeia num trote reagge, uma boa mistura de despreocupado e agourento. E ‘rigid in the matrimonial superking bed’ (rígido da cama matrimonial superking) é uma magnífica imagem.


‘Goodbye Lovers & Friends’

Guitarras arranhadas, lampejos de sintetizadores e batida leve – esta tem um sentimento tribal meio Adam & The Antsy, mas como é um lamento de despedida, uma pisada tradicional ‘FF’ reduz a velocidade para um coro ‘fim-de-noite’.  Se você gosta de um tom amargo e monótono, com Kapranos zombando ‘Don’t fake your memories/Don’t give me virtues that I never had’ (Não falsifique suas memórias/ Não me dê virtudes que nunca tive). A maior rejeição é: ‘Don’t play pop music/You know I hate pop music’ (Não toque música pop/ Você sabe que odeio música pop), uma grande mentira neste conjunto de músicas concisas, cativantes e pegajosas.


FONTE:
NME

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